O Perigo Das Riquezas – Por John Wesley


"Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína” (I Timóteo 6:9).


1. Quão inumeráveis são as consequências danosas que têm se seguido dos homens não conhecem, ou não consideram esta grande verdade! E quão poucos existem, até mesmo no mundo cristão, que nem sabem ou devidamente consideram isto! Sim, quão pequeno é o número daqueles, mesmo em meio aos cristãos verdadeiros, que entende e coloca isto no coração! A maioria desses também passa por isto muito levemente, dificilmente lembrando-se que existe tal texto na Bíblia. E muitos colocam tal construção sobre ele, como a torná-lo sem importância. "Eles que serão ricos", dizem eles, "ou seja, serão ricos, em todos os eventos; que serão ricos no certo e no errado; que estão resolvidos a levar o objetivo deles, para atingir esta finalidade, quaisquer que sejam os meios usados para obter isto; eles 'caem em tentação'", e em todos os males enumerados pelo Apóstolo. Mas verdadeiramente, se este foi todo o significado do texto, poderia muito bem ser tirado da Bíblia.

2. Este está tão longe de ser todo o significado do texto, que não é parte de seu significado. O Apóstolo não fala aqui de ganhar riquezas injustamente, mas de outra coisa completamente diferente: Suas palavras são tomadas em seu sentido obviamente claro, sem qualquer restrição ou qualificação que seja. Paulo não diz: "Eles que serão ricos, através de meios pecaminosos, por furto, roubo, opressão, ou extorsão; eles que serão ricos, através de fraude ou artimanha desonesta; mas simplesmente, 'eles que serão ricos". Esses, admitindo-se em suposição, que os meios que eles usem sejam sempre tão inocentes, "caiam na tentação e armadilha, e em muitos desejos todos e prejudiciais, que arrastaram homens para a destruição e perdição".  

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3. Mas quem acredita nisto? Quem recebe isto como a verdade de Deus? Quem está profundamente convencido dela? Quem prega isto? Grande é o grupo de pregadores hoje, regulares e irregulares; mas quais deles todos, abertamente e explicitamente, pregam esta estranha doutrina? A observação sutil de um grande homem é que: "O púlpito é uma terrível fortaleza para o pregador". Mas, quem, até mesmo, em sua fortaleza, tem a coragem de declarar uma verdade tão fora de moda? Eu não me lembro de que, em sessenta anos, ouvi um sermão pregado sobre este assunto. E qual autor, dentro do mesmo termo, tem declarado isto para a imprensa? Pelo menos, na língua Inglesa? Eu não conheço um. Nem tenho visto ou ouvido de algum tal autor. Eu vi dois ou três que exatamente passam por ele. Mas nenhum que trata disto declaradamente. Eu mesmo freqüentemente mencionei sobre isto na pregação, e duas vezes, quando publiquei para o mundo: Uma vez, ao explicar o Sermão do Monte de nosso Senhor, e uma vez, no discurso sobre "O Espírito de Avareza da Iniqüidade"; mas eu ainda não publiquei ou preguei algum sermão expressamente sobre o assunto. É o momento excelente para que eu possa; -- que eu possa, por fim, falar tão fortemente e explicitamente quanto eu possa, com o objetivo de deixar um testemunho completo e claro, atrás de mim, quando quer que agrade a Deus me chamar para isto.

4. Ó, que Deus me permita falar as palavras corretas e poderosas, e vocês a recebam com os corações honestos e humildes! Que não seja dito: "Eles se sentaram diante de ti, como meu povo, e eles ouviram tuas palavras, mas eles não irão praticá-las. Tu és para eles, como alguém que tem uma voz agradável, e pode tocar bem um instrumento; porque eles ouviram tuas palavras, mas eles não a praticaram!".  Ó, que vocês "não sejam ouvintes esquecidos, mas cumpridores da palavra"; que vocês possam ser "abençoados em seus feitos!". Nesta esperança eu devo me esforçar para:

I. Explicar as palavras do Apóstolo;

II. E aplicá-las.

Mas, Ó! "Quem é competente para essas coisas?". Quem é capaz de parar a corrente geral? Para combater todos os preconceitos, não apenas do vulgar, mas do mundo erudito e religioso? Ainda assim, nada é tão difícil para Deus! Ainda sua graça é suficiente para nós. Em seu nome, então, e pelas suas forças, eu irei me esforçar.

1. E, Em Primeiro Lugar, vamos considerar o que é ser rico. O que o Apóstolo quer dizer por esta expressar?

Os versos precedentes fixam o significado de que: "Tendo alimento e vestimenta" (literalmente coberturas; porque a palavra inclui moradia, assim como roupas), "estaremos com isto satisfeitos".  Plenamente se segue, o que quer que seja mais do que isto é, no sentido do Apóstolo, riquezas; o que quer que esteja acima das evidentes coisas necessárias, ou, quando muito, conveniências, da vida. Quem quer que tenha suficiente alimento para comer, e vestimenta para colocar, com um lugar onde deitar sua cabeça, e tenha alguma coisa mais, é rico.

2. Em Segundo Lugar, o que está inserido naquela expressão: "Eles que serão ricos?". E não implica, primeiro, aqueles que desejam ser ricos; terem mais do que alimento e coberturas; aqueles que seriamente e deliberadamente desejam mais do que alimento para comer, e vestimenta para colocar, e um lugar para deitar a cabeça, mais do que as coisas necessárias e conveniências claras da vida? Todos, pelo menos, que se admitem neste desejo, que veem nenhum dano nele, desejam ser ricos.

3. E assim fazem, Em Segundo Lugar, todos aqueles que, calmamente e deliberadamente, se esforçam em busca de mais do que alimento e coberturas; que almejam, e se esforçam em busca, não apenas de tanto mais bens mundanos, como irão procurar para si as coisas necessárias e conveniências da vida, mas, mais do que isto, para guardar ou gastar em superficialidade. Todos esses, inegavelmente, provam seu "desejo de serem ricos", através de seus esforços em busca disto. 
 
4. Nós não devemos, Em Terceiro Lugar, nos classificar em meio àqueles que desejam ser ricos, todos que, de fato, "acumulam tesouros na terra?"; uma coisa tão expressamente e claramente proibida por nosso Senhor, tanto quanto adultério ou assassinato. Admite-se: (1) Que devemos providenciar as coisas necessárias e conveniências para aqueles de nossa própria casa: (2) Que os homens, de negócios, devem economizar tanto quanto seja necessário para conduzirem aquele trabalho: (3) Que devemos deixar para nossas crianças o que irá supri-las com as coisas necessárias e conveniências, depois que deixarmos o mundo: e (4) Que devemos providenciar coisas honestas à vista de todos os homens, de modo a não "dever coisa alguma a homem algum". Mas juntar algo mais, quando isto é feito, é o que nosso Senhor tem claramente proibido. Quando é calmamente e deliberadamente feito, é uma prova clara de nosso desejo de sermos ricos. E assim, juntar dinheiro é não mais consistente com uma boa consciência, do que atirá-lo ao mar.

Leia o sermão completo em:


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